Presidente do PPS admite intervenção em Mato Grosso

Fonte: A Gazeta

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (PE), admite a possibilidade de intervenção no partido em Mato Grosso caso a legenda insista em apoiar o empresário Mauro Mendes (PSB) na disputa ao governo do Estado. O apoio é defendido pelo presidente estadual da sigla, deputado Percival Muniz.

Freire afirma que orientou ao PPS a ampliação do debate sobre a sucessão e diz que o apoio a Mauro Mendes não está garantido apesar da legenda integrar o movimento "Mato Grosso Muito Mais", que lançou a pré-candidatura a governador do empresário juntamente com agremiações como PV, PSB e PDT. "Não tem nada decidido aí em Mato Grosso. Já falei isso ao diretório e vamos querer participar da definição. O que não vamos aceitar é desrespeito à orientação partidária".

O problema da aliança com Mendes é que o PSB pode ter o deputado federal Ciro Gomes (CE) como candidato a presidente da República, o que levaria o PPS de Mato Grosso a reforçar o palanque do parlamentar. Sob comando de Freire, no entanto, a direção já determinou que o partido nos estados respeite a aliança nacional com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

O presidente estadual do PPS, deputado Percival Muniz, afirma não acreditar na possibilidade de intervenção. Alega que conversou com Freire sobre a sucessão estadual e houve o compromisso da legenda de ampliar no Estado a discussão e a nacional se comprometeu a não intervir.

"Nós nos propusemos a ampliar o debate e o nacional quer acompanhar isso, portanto, não acredito em intervenção", afirmou Percival, que insiste em dizer que o partido vai apoiar Mauro Mendes. O presidente estadual do PPS já se lançou até a pré-candidato a senador pela chapa a ser encabeçada pelo empresário e presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).

A definição do PPS deve ser anunciada durante encontro que o estadual vai realizar no dia 15 de abril. Grande parte dos filiados com direito a voto já se manifestou favorável à aliança com o PSB. A minoria insiste em apoiar ao governo o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB). A divergência motivou uma confusão na segunda-feira (15) e que quase terminou em pancadaria.

Essa não é a primeira vez que ocorre divergência entre o estadual e a direção nacional do PPS. Em 2007, o embate levou o governador Blairo Maggi a abandonar a legenda e migrar para o PR porque apoiou Lula a presidente.

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