Servidores cruzam os braços; Governo não quer conversa

Cinco mil servidores públicos da Saúde do estado de Mato Grosso deflagraram greve no domingo (28) e reivindicam a reestruturação da carreira. A paralisação já começa a afetar diretamente a população carente, uma vez que os hospitais regionais, o Hemocentro, o MT Laboratório, o Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa (Cridac), a Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), o Adauto Botelho, o Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac) e a Central de Regulação estão em paralisação parcial.


Nos quatro hospitais regionais (Rondonópolis, Sorriso, Colíder e Cáceres), serão mantidos os serviços de urgência e emergência, o centro cirúrgico (cirurgias já agendadas) e o atendimento integral aos pacientes internados.

Segundo orientação do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma-MT), os pacientes devem ser encaminhados para os hospitais públicos das cidades.

Nos serviços que não são considerados essenciais à população, a paralisação é total, como nos 16 escritórios regionais de Saúde e na administração central (sede da Secretaria de Estado de Saúde).

A presidente do Sisma-MT, Aparecida Silva Rodrigues, revelou ao MidiaNews que a greve ocorre devido à negativa do Governo Estadual em implantar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), que foi entregue à Secretaria de Estado de Saúde, em setembro de 2009.

"O secretário estadual de Saúde, Augustinho Moro, autorizou, no ano passado, a discussão do PCCS. Foi instituída uma comissão, quando houve várias discussões e o plano foi entregue em setembro de 2009. Nós alinhamos com a gestão interna e, agora, a Secretaria de Administração (SAD) diz que o Governo não vai encaminhar o projeto à Assembléia Legislativa", disse Aparecida Silva Rodrigues.

Segundo a presidente do Sisma-MT, o PCCS entregue ao secretário de Saúde, Augustinho Moro, apresentava tópicos como carga horária, plantão e política de saúde do trabalhador. Uma das reivindicações, conforme Aparecida Rodrigues, é para que os auxiliares de enfermagem e radiologia subam de carreira para técnicos. "Pelo menos 2 mil profissionais foram capacitados e hoje são técnicos. Todavia, ainda recebem salários de auxiliares", disse a sindicalista.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Administração (SAD) informou que a política de Governo é não negociar com servidores em greve. "O Governo do Estado não recebe servidores em greve. Se eles saírem da greve, o Governo negocia", disse assessoria de imprensa.

Sobre a reivindicação da reestruturação da carreira, a assessoria de imprensa da SAD disse que a categoria deve encaminhar as propostas por escrito à secretaria, que encaminhará para a Assembléia Legislativa, desde que não se trate de reajuste salarial.

Midia News

JULIANA MICHAELA

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