Velha guarda do PMDB já pressiona Silval por cargos na administração

A 15 dias de assumir a cadeira de governador, Silval Barbosa continua pressionado pela velha guarda do PMDB, sob a liderança do deputado federal Carlos Bezerra. Na semana passada, o cacique promoveu duas reuniões somente para ouvir outros membros do grupo que querem, por tudo, serem contemplados com cargos na administração. O partido volta a comandar o Paiaguás duas décadas depois do próprio Bezerra ter ocupado cadeira de chefe do Executivo. O grupo demonstra estar com sede de poder.

O blog apurou que da segunda reunião participaram o casal Teté e Carlos Bezerra, Clovis Cardoso, Charles Lemos, Totó Parente e Nico Baracat. Todos se mostraram revoltados com Silval e cobraram posição dura de Bezerra quanto aos cargos. Defenderam que Clovis, ex-superintendente do Incra-MT, venha assumir a secretaria de Desenvolvimento Rural, e que o ex-deputado Nico Baracat seja nomeado secretário de Infraestrutura. Entre outros pleitos estão indicação de Charles no Escritório de Representação de Mato Grosso em Brasília e Rafael Bello Bastos na pasta de Planejamento. Nenhuma das sugestões estão sendo aceitas por Silval, que está preocupado em ter desgaste se vier a abrir espaço para o grupo.

Um dos que mais estavam exaltados na reunião foi o ex-vereador Totó Parente, afilhado político de Bezerra e assessor do ministro Alexandre Padilha (Assuntos Institucionais). Num determinado momento, Totó lembrou até que Silval não teve o nome homologado em convenção, que acontece em junho e que, portanto, não tem segurança de que será candidato ao Paiaguás. "Bezerra, fala para ele (Silval), que não teve convenção ainda e que se continuar assim, não vai passar". Esse grupo quer sobrepor a liderança de Silval, como se estivesse voltando ao poder com autonomia para ditar as regras administrativas e políticas.

Ficha limpa

Para surpresa geral e fugindo até do seu perfil de mais conciliador e político, Silval está resistindo e se mostra pronto para o enfrentamento dentro do PMDB. Quando foi informado por Nico Baracat sobre os pleitos por cargos, o futuro governador reagiu de forma contundente. Mandou avisar que não aceita pressão e que só vai nomear no seu governo pessoas com bom currículo técnico e com ficha limpa. Baracat se apresentou como interlocutor do bloco para "assuntos de cargos". Silval o questionou, ao ponderar que esperava do ex-deputado atuação como seu interlocutor para interesses políticos e por ampliação das alianças. Por fim, assegurou que não abrirá concessão.

Romilson Dourado/RD News

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