MST desocupa prédio do Incra e ameaça nova invasão mais incisiva

Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam o prédio do Instituto de Colonização e Reforma Agrária em Mato Grosso (Incra) no inicio da tarde desta terça-feira (27). Apesar disso, eles mantêm o acampamento à frente do órgão e prometem nova invasão ainda mais incisiva, caso não sejam atendidos.

O breve recuo dos militantes aconteceu sob a promessa de uma reunião com integrantes do Incra de Brasília, prevista para às 14h desta quarta-feira (28) na sede do Incra em Cuiabá. De acordo com o coordenador do MST em Mato Grosso, Edilson Almeida, o movimento não recuará se pelo menos dois pontos básicos da pauta de reivindicação não forem atendidos.

Ele explica que não haverá desmobilização enquanto não for garantido pelo menos R$ 5 milhões para melhorar os assentamentos já existentes e a disponibilização de cinco áreas para assentar pelo menos 1.500 famílias no estado.

Edilson Almeida conta que a ocupação do prédio começou por volta das 7h desta segunda-feira e foi tranquila, sem qualquer resistência por parte dos trabalhadores.

Há 15 dias, cerca de 200 famílias de movimentos sociais ligados aos campesinato estão acampadas à porta do Incra e ameaçando ocupar o local e forçar uma paralisação das atividades.

De acordo com alguns integrantes do movimento, a longevidade do protesto está causando desgastes às famílias, mas eles acreditam que sem essa mobilização não haverá melhoras.

Além do MST, o Movimento dos Trabalhadores Assentados e Acampados (MTA) e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) também estão acampados no local.

Abril Vermelho

Durante o mês de abril, o MST realiza inúmeros atos pelo país. O mês tem um significado especial para o movimento devido ao episódio que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás. Em 17 de abril de 1996, durante uma manifestação em Eldorado dos Carajás (PA), policiais mataram 19 manifestantes do MST. Na ocasião, mais de 1500 trabalhadores sem terra estavam obstruindo a rodovia PA-150 que dá acesso a Belém. Além dos 19mortos, mais de 60 pessoas ficaram feridas.


Fonte e foto: Lucas Bólico/Olhar Direto

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