Nortão: professores mantém greve e pedirão proteção

Fonte: Só Noticias/Julio Tabile

Os líderes do movimento grevista de educadores em Claudia (80 km de Sinop) vão à Cuiabá relatar para a Secretaria de Segurança e Ministério Público que estariam recebendo "ameaças de morte e perseguições" devido a greve na rede municipal que dura 56 dias. Eles querem pedir proteção as autoridades. Conforme a assessoria do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) o presidente Gilmar Soares Ferreira, protocolou, ontem à tarde, pedidos de audiências com o secretário Diógenes Gomes Curado Filho, e o procurador geral do Ministério Público Estadual, Marcelo Ferra e o presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PP).

Segundo Edson Sauthier, diretor regional do polo Nortão do Sintep, o prefeito Vilmar Giachini (PMDB) tomou decisão na última sexta-feira (7) de demitir servidores contratados e retenção dos salários de todos os concursados em greve. Ele confirmou que o assunto foi avaliado, pela categoria, em assembleia, e a greve foi mantida, mesmo diante do clima tenso e de insegurança. São cerca de 120 profissionais de braços cruzados e aproximadamente 1.500 alunos sem aulas.

Conforme relatou ao Só Notícias, o prefeito Vilmar Giachini, a assessoria jurídica da prefeitura autorizou ele a contratar profissionais que ficaram na suplência no teste seletivo e as aulas devem recomeçar com os substitutos. "Não podemos prejudicar o ano letivo. Paguei o salário de todos até o dia 15 de março. Depois deste prazo, só vai receber quem estiver trabalhando. Estou amparado judicialmente", disse. Ele negou que esteja fazendo pressão, confirmou que quer apenas que se cumpra a liminar que determina o reinício das aulas. Só estão funcionando as creches e as escolas nos assentamentos, o restante do quadro mantém a greve. A justiça estipulou uma multa diária a categoria de R$ 5 mil por dia se não voltar as aulas.

Conforme Só Notícias já informou, o Sintep quer aplicação do piso salarial de R$ 1.132,40, negociado ainda no ano passado (atualmente o piso é de R$ 765,03). A lista de reivindicações é composta ainda pelo Plano de Carreiras da Educação Municipal que, segundo o sindicato, a prefeitura quer alterar; cobrança das dívidas históricas relacionadas à previdência municipal, à merenda escolar, e de recursos desviados do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (FUNDEF ) nos anos de 2001 a 2004, que deveriam ser transformados em reajuste salarial ou rateio, totalizando mais de 2 milhões de recursos desviados de forma irregular.

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