Por intermédio do Estado, termina greve de 65 dias dos professores

A greve dos professores da rede municipal de Cláudia (580 km ao norte de Cuiabá, microrregião de Sinop), que já persistia há 65 dias, chegou ao fim neste sábado de manhã, com o retorno dos 90 professores que estavam em Cuiabá buscando apoio do governo do Estado. A previsão é que o retorno das aulas aconteça na segunda-feira.

O presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Édson Sauthier, disse, ao Olhar Direto, que o fim da paralisação foi “costurado” pelo governador Silval Brabosa (PMDB). “Reunimos-nos com o governador na quinta-feira e ele fez uma ligação para o prefeito, no viva voz, propondo um termo para o fim da greve”.

Conforme o sindicalista, a proposta de Silval foi inicialmente aceita pelo prefeito Vilmar Giachini (PDMB), mas que depois teria voltado atrás. Segundo Sauthier, os professores foram novamente ao Palácio Paiguas, na sexta-feira, e novo contato foi feito, por meio de assessores, entre Estado e município. “Então no final da tarde o prefeito enviou um fax concordando com a proposta elaborada pelo Estado e decidimos encerrar o movimento e voltar à cidade”, relatou o professor.

Os dois ônibus com os grevistas chegaram à Cláudia neste sábado de manhã. À tarde, eles fazem assembléia para homologar o termo de acordo e a consequente fim da greve. No encontro, também deve ser discutida a reposição das aulas, que acontecerão aos sábados e feriados para que o ano letivo de 200 dias não seja comprometido.

O termo de acordo:

Conforme o presidente do Sintep de Cláudia, o documento prevê que não haverá sansões administrativas por parte do Poder Executivo contra os grevistas; que haverá liberação dos salários do mês de abril, que foram retidos pela prefeitura enquanto os professores não voltassem á aulas; e que a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) enviará técnicos ao município para, em 60 dias, fazer levantamento da situação financeira da prefeitura, para conceder o maior aumento possível aos professores.

As reivindicações iniciais:

Os professores queriam que fosse aplicado o piso salarial nacional ano base 2009, que é de R$ 1.132 mil. Hoje, os professores de Cláudia ganham cerca de R$ 800 inicial. O prefeito alega, desde o ano passado, que não há condições financeiras para aplicar o pedido e que concedeu cerca de 8% de aumento no começo deste ano.

Alexandre Alves

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