Percival quer mais liberdade para “bater” em Silval

Em Salvador (BA), onde prestigiou a convenção nacional do PSDB que oficializou a candidatura do José Serra à Presidência da República, no sábado (12), o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, deu todos os indícios de que seu partido vai fechar (ou já está fechado) com o projeto político-eleitoral do ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), pré-candidato a governador de Mato Grosso.

Se a cúpula regional insistir no racha (uns querem apoiar WS, enquanto outros são favoráveis a Mauro Mendes, do PSB), Freire deve intervir no diretório socialista em Mato Grosso.

Caso se consuma o ingresso do PPS - previsto para breve e dado já como fato praticamente consumado - no arco de aliança que dá sustentação à candidatura de Wilson, de acordo com observadores da cena política de Mato Grosso, o deputado Percival Muniz, quando nada, terá mais liberdade, respaldo e espaço para "bater" no governador Silval Barbosa (PMDB). E já teria, inclusive, um robusto arsenal de novas denúncias contra o peemedebista.

Consciente de que é irreversível a aliança do PPS com o PSDB mato-grossense, Percival, segundo fontes, até já estaria tratando de aparar arestas com os tucanos locais. Nesse sentido, na semana passada, ele teria mantido um demorado encontro com o ex-prefeito Wilson Santos.

Muniz, até onde pôde, foi leal a Mauro Mendes, porém não estaria disposto a se expor aos desgastes de ver o PPS sofrer uma intervenção da direção nacional do partido, em função da sua intransigência em não se aliar com o PSDB no plano estadual.

Junto ao PSDB, DEM e PTB, Percival Muniz não ficaria tolhido para investir contra Silval, a "bola da vez" de seus ataques. A mesma liberdade para bater no governador, ele não tem na aliança do PPS com o grupo de Mauro Mendes, onde existe muita gente querendo manter uma política de boa vizinhança com Silval, em função de este ser o candidato que conta com o apoio do governador Blairo Maggi (PR), que ainda detém forte influência junto à maioria do núcleo do grupo de Mendes, composto basicamente por empresários. Nesse contexto, as acusações pesadas que Muniz faz contra o governador não deixam de causar constrangimentos.

A própria direção nacional do PPS tem informações de que Percival Muniz está desconfortável, ao lado de aliados que não o vêem com bons olhos e não aceitam a postura radical do deputado, que, aliás, fez carreira política sempre escolhendo alvos para atacar e, muitas vezes, conseguindo destruir política e eleitoralmente algumas dessas lideranças sobre as quais investiu com ataques duros.

É o caso, por exemplo, do médico Alberto de Carvalho, uma liderança promissora, que foi prefeito de Rondonópolis, tendo o próprio Percival Muniz como vice-prefeito, e que acabou sendo cassado por conta do "tiroteio" de denúncias - a maioria, sem provas, segundo as informações - movidas pelo seu vice.

Depois de acabar com a carreira política de Alberto de Carvalho, Percival Muniz mirou sua "artilharia" contra o então governador Dante de Oliveira, que contava à época com elevados índices de aprovação popular. Não se pode dizer que Muniz foi o principal responsável pela ruína política de Dante, mas ele foi o percussor das denúncias que começaram a minar a grande credibilidade moral e política que o "Homem das Diretas Já" desfrutava em Mato Grosso.

A pergunta que não quer calar, no atual momento político, é: Seria, agora, Silval Barbosa o novo alvo de Percival Muniz?

Mídia News

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