Assembléia vai a Sinop defender construção da hidrovia Teles Pires- Tapajós

A Assembleia Legislativa esteve mais uma vez em Sinop (500 km de distância de Cuiabá) para realizar audiência pública para debater a importância da implantação de eclusas no leito dos rios Teles Pires, Tapajós e Juruena, bem como a construção da Hidrovia - Teles Pires Tapajós.
Os autores do evento, deputados Dilmar Dal’ Bosco (DEM) e Baiano Filho (PMDB) defenderam o aproveitamento das potencialidades hidrográficas das bacias, além de sua exploração enquanto fonte de energia e modal de transporte. Mais de 500 pessoas participaram do evento.

Projetos de algumas usinas hidrelétricas já estão sendo instalados no rio Teles Pires e outros estão em estudo. Os parlamentares avaliam que se o Governo Federal fizer uma parceria com o Estadual e autorizar a implantação das eclusas (essenciais para o funcionamento das hidrovias), junto com as obras das hidrelétricas, haverá uma economia de 50% nas despesas do empreendimento. Além disso, o preço do transporte terrestre cairá significativamente. Consequentemente, a produção local terá mais competitividade.

“Precisamos agregar valor aos produtos agrícolas‚ tornando-os mais competitivos em relação ao mercado internacional. Isso só será possível‚ se viabilizarmos a implantação de hidrovias‚ que têm baixos custos e enorme ganho ambiental. Tendo hidrovia e eclusas prontas‚ vamos abastecer o mundo inteiro. O Estado tem a obrigação de fazer esse investimento”‚ defendeu Dilmar.

Para o deputado Baiano Filho é preciso acompanhar o processo das obras com rigor para que tudo seja executado dentro dos padrões da legislação ambiental. “Temos que garantir a navegabilidade dos rios de Mato Grosso que poderão futuramente escoar nossa produção até o Porto de Santarém, no Pará. Esperamos contar com parlamentares estaduais e federais, empresários, vereadores, faculdades, pesquisadores, enfim, com toda a sociedade para que as eclusas sejam edificadas junto com as obras das usinas hidrelétricas”, alertou Baiano Filho.

Conforme explicações do Grupo de Trabalho do Ministério dos Transportes - que deu detalhes sobre o projeto - a hidrovia beneficiará 37 municípios mato-grossenses, que juntos produzem pelo menos 15 toneladas de grãos por safra. Atualmente, os produtos são escoados via terrestre pela BR 163, depois seguem para os portos de Paranaguá e Santos. O frete custa em média, R$ 220 por tonelada.

Com a opção de transporte hidroviário esse custo cairá para R$ 60. Com a hidrovia será possível economizar dois milhões e trezentos mil reais por safra. É um meio de transporte barato e seus impactos ambientais são mínimos. Gerará 70 mil novos empregos e ainda vai contribuir para diminuir o tráfego de caminhões e, com isso, diminuir o número de mortes nas estradas.

De acordo com o coordenador de Manutenção e Operação de Hidrovias do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (DNIT), Flávio Nunes, a viabilização da hidrovia foi inserida no Programa Nacional de Hidrovias, passando a ser tratada pelo Ministério dos Transportes como politica de Eestado e de extrema prioridade. O próximo passo será a contratação dos estudos que permitirão dimensionar o número de intervenções ao longo do trajeto, a perspectiva cronológica de execução e a estimativa de custos da obra. A expectativa é de que os estudos sejam autorizados ainda este ano.

O secretário Extraordinário de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes/ MT, Francisco Vuolo, declarou que acompanhará detalhadamente o processo da instalação das hidrelétricas. "Existe uma determinação do Ministério da Energia, há um processo jurídico licitatório que está em vigor, e é muito provável que ela aconteça (instalação). Porém, temos que identificar, em primeiro lugar, se já existe um projeto contemplando a eclusa, que é determinação legal. Já outros elementos serão analisados pelo Governo do Estado", declarou Vuolo.

As autoridades participantes do encontro destacaram que a implantação de eclusas e a construção da hidrovia, juntamente com as obras das usinas hidrelétricas, é uma luta que está prestes a ser vencida.

O QUE É UMA ECLUSA?
Uma eclusa ou comporta é uma obra de engenharia hidráulica que consiste numa construção que permite que barcos subam ou desçam os rios ou mares em locais onde há desníveis (barragem, quedas de água ou corredeiras).

Veja as autoridades que participaram do encontro: Juarez Costa, prefeito de Sinop; Francisco Vuolo, secretário Extraordinário de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes/ MT; Luciane Bezerra, deputada estadual/ MT; Roberto Dorner, deputado Federal; Neri Gueller, deputado federal; Jaime Campos, senador da República; José Lacerda, representando o governador em exercício Chico Daltro; Dilceu Dal’ Bosco, ex-deputado estadual; Ana Lúcia Steffanello, membro da comissão de meio ambiente da OAB/MT, Vilmar Giachini, prefeito de Cláudia; os vereadores de Cláudia João Batista, Ebenezel dos Santos, Carlos Lazarin, Arnaldo França e Roberto Dalmaso, entre outras autoridades.

Da redação com assessoria da Assembléia Legislativa

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