O hospital regional do município de Sorriso que atende mais de 15 cidades no norte do Estado de Mato Grosso pode ficar sem médicos, uma vez que eles ameaçam pedir demissão todos e uma só vez. De acordo com os médicos o pedido de demissão em massa pode ocorrer caso o Estado não deposite os salários que estão atrasados desde novembro de 2011.
Conforme as informações do diretor clínico do hospital regional de Sorriso, Reinaldo Turra de Ávila, a partir desta terça-feira (07), os médicos darão um prazo de 72h para que o Governo do Estado realize o pagamento, se o governo não pagar os salários atrasados a equipe deve trabalhar apenas por mais sete dias e em seguida todos pedirão demissão.
A decisão de pedir demissão em massa foi tomada na noite desta segunda-feira (06) durante uma assembléia realizada pelos médicos, cerca de 25 profissionais participaram da reunião. "A assembléia é soberana, a maioria dos presentes apóia esta atitude e iremos fazer isto, pois cansamos de promessas", expôs o diretor. Ao todo cerca de 53 médicos trabalham na unidade de saúde, destes 80% são contratados.
Ainda segundo o diretor durante a assembléia foi definido que a partir desta terça, 07, os profissionais devem atender apenas casos de Urgência e emergência, e os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e pediátrico vão funcionar.
Ávila salientou que a reunião foi feita e a decisão foi tomada após o secretário de Estado de Saúde, Vander Fernandes, dizer por telefone que iria fazer o pagamento de todos os atrasados na última quinta-feira (02), mas até a segunda (06) nenhum profissional recebeu pagamento. "Agora, vamos acionar todas as instituições ligadas à justiça, Ministério Público, Promotoria, nosso sindicato, o Conselho Regional de Medicina (CRM) para todos saberem qual é a nossa realidade e o porquê da nossa decisão".
A SES, deve aos médicos sorrisense além dos salários atrasados uma bonificação por produtividade e o décimo terceiro salário que não foram pagos em 2011. O pagamento do salário adicional de dezembro era feito pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Teles Pires, mas em dezembro, a direção procurou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e alegou que esse pagamento era ilegal, sendo acatada pelo órgão. Uma vez que após o TCE acatar a alegação do concurso a responsabilidade dos pagamentos e de responsabilidade do Estado. Que assumiu a dívida, mas até o momento não efetuou o pagamento. Já o Consórcio, a partir do dia primeiro de janeiro, não teria mais nenhuma relação com o Hospital Regional.
"Cansamos dessa confusão, todos estão aflitos com esta situação imprevisível. E tem a questão financeira, tem muitos profissionais pedindo dinheiro emprestado, no meu caso tive que aumentar o limite no banco, mas estes juros sou eu que vou ter que pagar. Vim para Sorriso com a minha família, vi muitos aventureiros se instalarem aqui e depois saírem, mas não quero isso para mim. Porém, parece que a saúde deixou de ser prioridade. É uma sensação de total abandono".
Nortão Notícias
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