Empreiteira do esquema de Cachoeira, Delta Construções possui contratos de obras e locação de veículos com MT


Secom/Lenine Martins

O Governo de Mato Grosso mantém pelo menos dois contratos de locação de veículos com a Delta Construções S/A, empreiteira apontada pela Polícia Federal como integrante do esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Conforme publicações feitas apenas em abril deste ano no Diário Oficial (DO) de Mato Grosso, a Delta tem alugados 376 veículos ao Estado, a maioria sendo usada pelas secretarias de Segurança Pública (Sesp) e de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH).


O número de veículos pode ser ainda maior, pois há contrato em vigor que não informa a quantidade de unidades alocadas. É o caso do contrato 103/2011, de um ano, que vence 07/11/2012, firmado com SEJUDH.
Os acordos com quantidade estabelecida são o contrato 003/2010 - para locação de 240 veículos “Hacth Back para Sesp, com vencimento em fevereiro de 2013; e o contrato 157/2011 - para 136 Pálio Weekend parfa para a Sesp/SEJUDH, a vencer em setembro de 2012. Na publicação do DO não são fornecidos os valores dos contratos.

Também constam de publicações deste mês do DO certames em que a Delta foi classificada (em proposta de preço) para executar obras públicas em pelo menos duas regiões de Mato Grosso.

Um delas é na a Concorrência 008/2011 (Setpu) para execução dos serviços de Implantação e Pavimentação da MT-251/110, no treco do entroncamento com a BR-158, entre Nova Xavantina e Campinápolis, numa extensão de 68 quilômetros.

Outra Concorrência (004/2011) onde a Delta obteve classificação (habilitação) na apresentação de preço foi para serviços de Implantação e pavimentação da Rodovia: MT-140,no trecho dos entroncamentos das MTs- 419 e 225, entre os municípios de Santa Carmem e Vera, numa extensão de 30,5 quilômetros.

Monte Carlo

Pelas informações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo a Delta Construções era preocupação constante de Carlinhos Cachoeira, que teria usado sua influência para obter, de forma antecipada, informações sobre investigações e ações judiciais contra a empreiteira.

Também pelas gravações interceptadas pela PF, Claudio Abreu, um dos homens de confiança de Cachoeira, se apresentava como diretor da Delta para a região Centro-Oeste.

Pelos indícios, a empreiteira pagava pelo serviço de inteligência, já que em determinado trecho das conversas membros do grupo do contraventor mencionam uma dívida de R$ 30 mil da Delta, pelos serviços prestados.

Outro viés da infiltração da Delta com o setor político são as doações eleitorais.

Conforme a Organização Não-governamental (Ong) Contas Abertas, a construtora teria “contribuído” com R$ 2,3 milhões para as direções nacionais de PT e PMDB nas eleições de 2010, sendo repassados R$ 1,15 milhão para cada sigla.

Não há conhecimento até o momento de nenhum indício de irregularidade nos contratos da Delta com o Governo de Mato Grosso.

Paulo Coelho/Hiper Notícias

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