Jayme pede demissão de secretários Marcheti e De Vitto

Em tom enérgico, durante pronunciamento nesta tarde, o senador Jayme Campos(DEM) pediu explicações ao governo mato-grossense e ao BNDES quanto denuncia de superfaturamento na aquisição de máquinas por parte da administração estadual. O parlamentar ainda cobrou a imediata demissão dos secretários Vilceu Marcheti(PR), de Infraestrutura, e Geraldo de Vitto, de Administração, responsáveis diretos pela licitação de compra dos equipamentos.
O senador Jayme Campos requereu verbalmente a participação do Ministério Público Federal na investigação da denúncia de que o governo mato-grossense comprou maquinários superfaturados com dinheiro proveniente de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), exibida no Jornal Nacional da última quarta-feira.
De acordo com o senador, o Ministério Público de Mato Grosso apurou indícios de sobrepreço de R$ 26 milhes na compra, que teve o valor total de R$ 241 milhes. Os bens adquiridos foram repassados para 141 prefeituras.
Segundo o parlamentar, os caminhões foram comprados a um preço médio de R$ 243 mil, mas nas concessionárias de Cuiabá veículos idênticos e da mesma marca podem ser encontrados por valores que variam de R$ 188 mil a R$ 192 mil.
O Ministério Público estadual detectou crime de fraude licitação e peculato, informou Jayme Campos. O senador afirmou que as empresas, ao justificarem o sobrepreço, alegaram que os valores foram majorados para fazerem frente a propinas cobradas por agentes públicos.
- Olha a que ponto chegamos: a empresa dizendo que tinha que superfaturar para poder pagar a propina - afirmou o parlamentar, acrescentando que uma multinacional se negou a participar da licitação por recusar a se envolver em esquema fraudulento.
Para Jayme Campos, trata-se de "um escândalo de proporções colossais". O representante de Mato Grosso cobrou do BNDES uma explicação, uma vez que casos semelhantes com recursos do banco se repetem em todo o Brasil, como o que foi comunicado minutos antes pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
O senador criticou ainda nota do chefe da Casa Civil do governo de Mato Grosso, Eder Morais, segundo a qual as empresas vencedoras da licitação já foram notificadas e estão ressarcindo o erário, já tendo sido recuperados cerca de R$ 6 milhões. Para ele, a declaração soou como uma confissão de culpa.
O parlamentar disse ainda que uma coisa inédita a devolução de dinheiro obtido por superfaturamento e cobrou do atual governador, Silval Barbosa, caso seja verdade, um plano de aplicação do dinheiro devolvido.
Jayme Campos disse ainda que a denúncia coloca em xeque a credibilidade do ex-governador Blairo Maggi, responsável pela concorrência que resultou nas compras superfaturadas. Se o caso no for esclarecido, restar a ele (Blairo) apenas a vergonha de ter comandado uma grande fraude, criticou.
Para o senador, a corrupção é uma inimiga oculta da democracia:
- A sociedade mato-grossense e o país precisam de respostas. Queremos ver uma ação enérgica e exemplar do governo, divulgando com clareza os fatos e responsabilizando os culpados. Porque a corrupção é uma praga que se mata com transparência e punição.

Da redação com assessoria

Comentários