Escândalo de superfaturamento gera ‘briga de marchas’ nesta segunda

Fonte:Olhar Direto/ Thalita Araújo

O caso do suposto superfaturamento na aquisição de maquinários pelo governo estadual tem gerado – além das conseqüências comuns a esse tipo de denúncia – uma briga entre entidades e organizações sociais de Cuiabá, materializada através de marchas marcadas para acontecer nesta segunda-feira (10) na capital.

Com a denominação de “Corrupção: Tolerância Zero”, um grupo de cerca de 26 entidades, entre sindicatos, federações e Organizações Não Governamentais (ONGs), marcou sua marcha para as 15 horas, para cobrar explicações dos envolvidos no na compra das 705 máquinas adquiridas para o programa “Mato Grosso 100% Equipado”, reivindicar punição dos envolvidos e exigir a devolução do erário subtraído.

Mais que isso, o movimento deverá estar munido de faixas pedindo pela saída do secretário chefe da Casa Civil, Eder Moraes, que estava à frente da Secretaria de Fazenda (Sefaz) na época em que a licitação do maquinário foi fraudada. A concentração será no monumento a Ulysses Guimarães, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Av. do CPA), em frente ao Centro Político Administrativo.

No mesmo dia e mesmo local, às 8h30, o outro lado manifesta-se, com a “Marcha da Verdade, reunindo 39 entidades e com a justificativa de que o “Corrupção: Tolerância Zero” é pautado pela tentativa de manipulação da boa fé de líderes de bases populares e dirigentes de organizações sociais de Mato Grosso por pessoas a serviço de partidos de oposição ao governo do Estado e descontentes com algumas ações do governo.

Integrantes da “Marcha da Verdade” também alegam que o movimento que deve ocorrer às 15h desta segunda-feira foi convocado por alguns empresários do ramo de combustíveis e pela Federação Mato-Grossense das Associações de Moradores de Bairros (Femab), União Coxipoense de Associações de Moradores (Ucam) e outras entidades.

Relembre o caso


O Ministério Público do Estado determinou a instauração de inquérito policial para apurar as denúncias de superfaturamento na aquisição de 705 maquinários feita pelo governo do Estado no ano passado. O relatório preliminar elaborado pela Auditoria Geral do Estado (AGE) já confirmou que houve um sobrepreço em pelo menos 16% das aquisições.

O pedido foi elaborado por meio da 14ª Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária de Cuiabá e baseia-se no relatório elaborado pela Auditoria Geral do Estado. As investigações já foram iniciadas pela Delegacia Especializada de Administração Pública e Fazendária e servidores da Sinfra e empresários deverão ser ouvidos.

Os dois pregões foram realizados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) por meio da Central de Licitações da Secretaria de Estado de Administração (SAD).

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