Deputados e Ibama discutem criação de bovino em áreas degradadas

Com a presença dos deputados estaduais Dilmar Dal’Bosco (DEM) e Ezequiel Fonseca (PP), e do federal Neri Geller (PP), oito prefeitos da região noroeste de Mato Grosso e pecuaristas locais discutiram - junto com representantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambientes e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) - os desmates ilegais para a atividade pecuária, o ‘boi pirata’.
Bruno Barbosa, coordenador geral de fiscalização do Ibama, propôs um pacto aos criadores, a fim de evitar que a Operação Disparada- desencadeada pelo instituto em março deste ano nos municípios que compõem a Amazônia Legal, e que tem por objetivo apreender gados criados em fazendas embargadas por desmatamento, chegue à região noroeste do estado.

O acordo, segundo ele, consiste em zerar o desmate ilegal na região, dados que serão monitorados por satélite no decorrer do mês. “Na primeira quinzena de maio sairá o primeiro relatório quanto à derrubada. Esses números determinarão nossa presença no noroeste mato-grossense”, informou Bruno, lembrando que neste momento a Disparada concentra-se em cinco regiões: Sinop (MT), São Félix do Xingu (MT), Lábrea (AM), Redenção (PA) e Novo Progresso (PA).

Diante do clima tenso do debate, o deputado Dilmar Dal’Bosco fez a defesa dos produtores amazônicos, lembrando que quando a maioria das famílias chegaram àquela região, eram incentivados pelo Governo Federal a desmatar beiras dos rios e as florestas.

“INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR
Integrar para não entregar era o lema do governo à época do povoamento dessas áreas, que incentivava a ocupação da floresta e a derrubada de árvores. Hoje sabemos da importância da preservação, mas não podemos ser penalizados pelos erros do passado. Vamos derrubar dentro dos 20% que nos garante a lei em vigor, mas precisamos de mais tempo para retirar os gados dessas pastagens, abertas há décadas”, pontuou.

Dal´Bosco afirmou ainda que a maior parte do gado já apreendido pelo Ibama na região Norte, onde a operação teve início em março, pertence a pequenos produtores à espera de reforma agrária.

“A maioria das áreas, embargadas para regeneração foi devastada há décadas e aguarda autorização do Incra para ser revertida pela regularização fundiária. O Incra de Mato Grosso não resolve o problema dos assentados. Ele fechado é lucro”, criticou o democrata.

Diante do tom de ameaça dos agentes do Ibama, quanto o efeito que a Operação Disparada traria à região, o deputado federal Neri Geller lembrou sobre a situação dos produtores locais.

“Vocês precisam perceber que aqui não existem bandidos, mas trabalhadores rurais penalizados por uma legislação ultrapassada”.

O parlamentar federal pediu calma aos pecuaristas e afirmou que até o final do mês o Novo Código Ambiental estará em vigor, trazendo mais segurança jurídica ao homem do campo.

“Amanhã ou depois as atualizações florestais serão aprovadas pela Câmara Federal, onde já somos maioria e depois segue para o Senado que também tem entendimento pela aprovação”, disse Geller.

Neri pediu aos prefeitos presentes que façam uma campanha de conscientização em seus municípios, utilizando os veículos de comunicação para inibir o desmatamento ilegal.

Da assessoria

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