Ameaça de CPI faz governo agir e tirar assinaturas

Após o discurso do ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM), a oposição se mobilizou, no final da tarde de ontem, e chegou a conseguir as 27 assinaturas necessárias para pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades na área dos Transportes. Nos minutos finais do expediente, no entanto, ao menos um dos signatários - o senador João Durval (PDT-BA) - voltou atrás. Ao longo da noite, os oposicionistas ainda tinham esperança de obter outra assinatura, mas corriam o risco, também, de sofrer novas desistências.


O risco de instalação da CPI preocupa a presidente Dilma Rousseff. Na tentativa de contornar o descontentamento da base, a presidente deve se reunir hoje com o Conselho Político, formado por presidentes e líderes de partidos da coalizão.


Além de Durval, a oposição havia conseguido nas últimas horas do dia o apoio dos senadores Reditário Cassol (PP-RO), suplente de Ivo Cassol, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), e Zezé Perrela (PDT-MG). No total, dez senadores da base haviam assinado o requerimento da CPI.


O requerimento foi encaminhado à Secretaria-Geral da Mesa do Senado para conferência das assinaturas. Se os 27 forem conseguidos hoje, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - ou qualquer senador que esteja interinamente na presidência do plenário - terá que fazer a leitura do documento. A partir dessa leitura, o Planalto tem até meia-noite para conseguir retirar as assinaturas.


A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, conversou ontem à noite com a presidente sobre os problemas de uma eventual CPI. O comentário, no Planalto, é que ninguém sabe o que está por vir. Auxiliares de Dilma temem que a oposição, comandada pelo PSDB, consiga angariar apoio dos insatisfeitos e dê início a uma "guerra de dossiês".


Agência Estado

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