Coleta de lixo é negligenciada por gestores públicos

Carlos Rossin, da PricewaterhouseCoopers
Foto:Jocil Serra/Agência Phocus
A cada um real empregado na coleta de lixo, quatro reais são economizados na saúde pública. Porém, o destino dos resíduos tem sido uma das grandes falhas das administrações e motivo de reclamação da população por acarretar uma série de doenças, provocando mais gastos nos orçamentos dos municípios. 

Práticas e experiências sobre limpeza urbana foram apresentadas pelo especialista Carlos Rossin, da PricewaterhouseCoopers (PwC), empresa de auditoria independente responsável por diversas pesquisas e consultorias.


“Gestão da Limpeza Urbana – Um Investimento para o Futuro das Cidades” foi o tema do trabalho apresentado por Rossin aos participantes do XIV Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas (Sinaop), evento que se encerra hoje (11) em Cuiabá. Gerente executivo da empresa, o especialista chamou a atenção para as necessidades da coleta de lixo, a reciclagem e o reaproveitamento dos materiais em grandes centros urbanos do Brasil e do mundo.

Em Cuiabá, em média, cada habitante produz 750 gramas de lixo por dia, chegando a 270 quilos anualmente. A estimativa apresentada por Carlos Rossin leva em conta a produção média por pessoa no país, que varia de 500 gramas a 1 quilo diariamente. “A questão dos resíduos sólidos tem que estar na pauta dos gestores”, alertou o gerente Executivo da PwC.

A limpeza urbana consome entre 7% e 15% do orçamento dos municípios, levando em consideração a especificidade de cada cidade. Contudo, é o cidadão que paga pelos serviços, que podem estar embutidos em taxas e tarifas. Em São Paulo, por exemplo, cada pessoa desembolsa de R$ 80 a R$ 90 ao ano com o serviço público de coleta de lixo.

Em Cuiabá, como na maioria das cidades brasileiras, a limpeza urbana é terceirizada pelas prefeituras. Rossin lembra que, apesar da prática, as discussões sobre a coleta de lixo, independentemente da qualidade do resíduo, devem se pautar pela qualidade e não pela quantidade.

Ele ressalta que cada cidade tem que adotar o seu Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, porém, se trata de uma política relativamente nova e pouco conhecida do grande público. A qualidade, a sustentabilidade financeira, o planejamento e a conscientização da população são os principais eixos para implantar um programa de limpeza urbana. “Resíduos sólidos são uma questão de saúde pública”, relembrou o especialista.

CONSTITUIÇÃO - Por se tratar de uma responsabilidade do município, estabelecida na Constituição Federal, a falta de limpeza na cidade pode implicar em perda do cargo de prefeito, inabilitação da função pública por cinco anos, além da reparação ao patrimônio público.

Assessoria

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