Desmatamento na Amazônia Legal de MT cresce 96% em oito meses


Cerca de 637 quilômetros quadrados de floresta foram desmatados em Mato Grosso entre agosto de 2011 e março de 2012. Se comparado com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 96% na devastação da cobertura vegetal no estado, quando foram desmatados 325 quilômetros quadrados. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (05) pelo Ministério do Meio Ambiente e fazem parte do Desmatamento em Tempo Real (Deter) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com os dados, somente no mês de fevereiro de 2012, foram desmatados na Amazônia Legal do estado 281,56 quilômetros quadrados. Já o segundo colocado da lista, o estado do Pará, desmatou no mesmo mês 12,11 km quadrados.


O Governo Federal informou que desde janeiro os fiscais estão a campo para averiguar novas áres de devastação. Como o volume de nuvens foi menor em comparação a 2011, os satélites tiveram mais facilidade para detectar as áreas desmatadas.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) disse que a tendência é que Mato Grosso encerre 2012 com uma taxa de desmatamento inferior à 2011. O estado que apresentou o maior índice de devastação foi Roraima, com 363%.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira disse durante coletiva, realizada em Brasília, que não considera que os dados não representam um crescimento no desmate, já que, para ela, a redução da quantidade de nuvens sobre o bioma facilitou a fiscalização feita por sensoriamento remoto. "Não temos crise de desmatamento, como foi ano passado, não tem aumento de desmatamento", disse.

Primeiro trimestre do ano
Entre janeiro e março de 2012, o desmatamento na Amazônia Legal quase que triplicou, se comparado com o mesmo período do ano passado. Segundo o Deter e o Inpe, no primeiro trimestre, os satélites detectaram a perda de 389 km² da cobertura florestal, número que é 188% maior se comparado ao mesmo período de 2011 (135 km²).

Mato Grosso registrou neste período uma área devastada de 326,8 quilômetros quadrados de floresta da Amazônia Legal. O município mato-grossense com a maior área devastada detectada foi Itanhangá, localizado no norte do estado. Neste período foram aplicadas mais de R$ 31,5 milhões em multa e mais de 4 mil hectáres foram embargadas.

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